Para muitos, que têm um pouco mais de 40 anos, fica quase impossível ler a frase “Como uma deusa” sem cantá-la. Isso demonstra o poder que as trilhas de novelas exerciam sobre o imaginário popular brasileiro.
As músicas-tema eram a cara do personagem e ao ouvi-las, olhos e ouvidos se voltavam para a telinha com a pergunta “o que foi que ele(a) fez agora?”.
Junto com os bordões, as músicas eram o termômetro para se medir a aceitação do personagem pelo público.
Quanto mais repetida nas ruas e mais pedida nas rádios, maior era o sucesso da novela. Os núcleos de criação das novelas garimpavam as novidades, xeretavam o que se ouvia nas ruas para descobrir tendências e assim, temas do povão atingiam todas as classes sociais.
Ter o disco em casa também dava a chance de se saber o nome do autor ou intérprete do seu hit predileto que quase sempre fica indecifrável na voz dos radialistas.
Na época dos bolachões de vinil, os discos com suas capas que ostentavam fotos super produzidas dos protagonistas, também serviam como pôsteres, muitas eram expostas como obras de arte ao lado de bibelôs de gosto duvidoso nas estantes mais populares.
Para aqueles que se achavam moderninhos e cosmopolitas e diziam não ouvir “músicas brasileiras” havia a opção Internacional.
Mas, ao contrário dos hits do passado, hoje o sucesso e a fama são efêmeros, acabando junto com a novela, gerando cantores e bandas de uma música só, como o grupo Só no Sapatinho com seu maior (e único sucesso)… “Só no Sapatinho”.
E como a maioria dos brasileiros é louca por novelas e listas, que tal imaginar a sua trilha sonora perfeita?
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