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Hoje no Passado: Tragédia do Edifício Joelma, lembranças de um incêndio que marcou São Paulo

Explorando os detalhes do desastre, resgates dramáticos e consequências duradouras da catástrofe no coração de São Paulo

Há quase meio século, em 1º de fevereiro de 1974, a cidade de São Paulo testemunhou uma tragédia que ficaria marcada em sua história: o incêndio no Edifício Joelma, atualmente conhecido como Edifício Praça da Bandeira. O incidente, que resultou na morte de 187 pessoas e deixou mais de 300 feridos, é o segundo pior incêndio em arranha-céus em termos de número de vítimas fatais, perdendo apenas para o colapso das Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001.

O Incêndio

O Edifício Joelma, concluído em 1971 e imediatamente alugado ao Banco Crefisul de Investimentos, tornou-se palco de uma tragédia que se desenrolou em 1º de fevereiro de 1974. Às 8h45 daquela chuvosa sexta-feira, um curto-circuito em um aparelho de ar condicionado no 12º andar deu início a um incêndio que se alastrou rapidamente pelos pavimentos. As condições internas, com divisórias, móveis de madeira, pisos acarpetados e cortinas de tecido, contribuíram para a propagação incontrolável das chamas.

O desespero tomou conta dos ocupantes, com escadas bloqueadas pelo fogo e fumaça em questão de minutos. Alguns arriscaram descer pelos elevadores, mas estes logo deixaram de funcionar. A tragédia foi marcada por atos heróicos, como o salvamento de uma criança de um ano e meio, cuja mãe saltou do 15º andar. Outros se agarraram precariamente às janelas e terraços, enquanto muitos buscaram refúgio nos banheiros e parapeitos.

Resgate e Desafios

O Corpo de Bombeiros, mobilizado às 9h03 após a primeira chamada, enfrentou inúmeros desafios para conter o fogo. As tentativas de resgate foram prejudicadas pela confusão nas imediações, com a presença da Polícia Civil, curiosos, PMs, médicos e voluntários. Helicópteros tentaram pousar no terraço, mas o calor intenso tornou a operação difícil.

A falta de recursos e equipamentos adequados, somada às deficiências nos hidrantes da região, dificultou a ação dos bombeiros. A tragédia só foi debelada por volta das 14h20, com a mobilização de 1.500 homens, helicópteros, viaturas e o apoio de voluntários.

Consequências e Legado

Dos 756 ocupantes do edifício, 187 perderam a vida, a maioria funcionários do Banco Crefisul. O incêndio expôs deficiências nos sistemas de prevenção e combate a incêndios das metrópoles brasileiras, levando a uma reavaliação das normas e regulamentações.

A investigação apontou a precariedade do sistema elétrico do Joelma, sobrecarregado e mantido pela Termoclima, como principal causa do incêndio. Empresas, incluindo o Banco Crefisul, foram acusadas, resultando em condenações.

A tragédia do Edifício Joelma não apenas deixou cicatrizes físicas e emocionais, mas também perpetuou lendas urbanas sobre o local ser amaldiçoado. Rumores de aparições e fenômenos inexplicáveis contribuíram para a aura sombria que envolve o edifício.

Quase cinquenta anos após a tragédia, o Edifício Joelma permanece como um símbolo das consequências devastadoras de um incêndio em um arranha-céu e das lições aprendidas para a segurança nas construções.

Túmulos das 13 almas nunca identificadas do incêndio no edifício Joelma.
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