O Amazonas recebe na sexta-feira e no sábado (1° e 2 de março) as “Oficinas de Salvaguarda Capoeira 2024”. Essa é a quarta vez que o evento acontece no estado e tem como principal objetivo a pactuação das ações em benefício do bem cultural para os próximos quatros anos.
O evento acontece no Salão Solimões (anexo do Centro Cultural Palácio do Rio Negro, av. Sete de Setembro, 1958 – Centro), com entrada gratuita.
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Público alvo
As oficinas, já com capacidade esgotada, têm como público alvo capoeiristas do Amazonas, instituições públicas e público em geral. São esperados cerca de 90 participantes do estado, sendo 50 delegados e 40 observadores.
Realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC), em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no Amazonas, o encontro culmina com a construção do Plano de Salvaguarda da Capoeira no Amazonas, documento imprescindível para nortear as ações de proteção, preservação, divulgação e promoção do bem registrado nos moldes da política nacional de salvaguarda.
Patrimônio Cultural Brasileiro
Segundo a superintendente do Iphan Amazonas, Beatriz Calheiro, o ofício dos mestres e da roda de capoeira é reconhecido como patrimônio cultural brasileiro desde 2008.
Já a roda de capoeira, um dos símbolos do Brasil, recebeu da Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), em 2014, a outorga de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
“Estas duas dimensões reconhecidas como patrimônio cultural reconhecem a história de resistência negra no Brasil, através daqueles que detêm os conhecimentos e perpetuam as práticas ancestrais da capoeira, bem como a roda de capoeira como espaço vivo de transmissão desses conhecimentos, práticas e valores tradicionais afro-brasileiros”, destaca Beatriz Calheiro, superintendente do Iphan Amazonas.
Obra literária
Neste ano, um dos resultados advindos das demais edições, é o lançamento do livro ”Capoeira: O patrimônio gingado do Amazonas e a sua Salvaguarda”, no segundo dia do evento.
A obra de autoria do secretário executivo de Cultura e Economia Criativa, Luiz Carlos Bonates, e do sociólogo Tharcísio Santiago Cruz, representa um produto de pesquisa de vários anos, nas quais se constatou a presença da capoeira no Amazonas desde 1889, bem como, a sua relação nesse espaço de tempo com as instituições e com a sociedade civil.
“A importância do livro é essa recuperação histórica e tem dois momentos da capoeira, essa capoeira das Maltas que era a capoeira sem berimbau e a partir de 1969 até a presente data é a capoeira com berimbau essa que a gente chama de modelo baiano que está espalhada pelo mundo que é patrimônio mundial, é cultural da humanidade”, completa José Bonates, também conhecido como mestre KK.
Sendo um dos protagonistas no empenho para aprovação da Salvaguarda da Capoeira no Amazonas, KK Bonates, ressalta a importância do encontro.
“Espero que essa página vire e passe de fato a ter uma política pública infinitamente para a capoeira, merecendo o lugar que ela tem, a importância que ela tem”, finaliza o mestre.
*com informações da SEC
Fotos: Reprodução/Facebook KK Bonates