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Projeto ‘Manda Brasa’ promove trocas sobre a vida e a arte

Série do Coletivo Nupramta recebe as artistas Elisa Maia e Karol Medeiros na estreia

Está no ar o primeiro episódio do “Manda Brasa”, série do Coletivo Nupramta (Núcleo de Práticas Meditativas no Treinamento do Artista) que traz, na estreia, a cantora Elisa Maia e a atriz e diretora Karol Medeiros. O projeto compõe três novas experimentações artísticas do grupo, com o espetáculo “Cê Virou Planta”, em parceria com a Soufflé de Bodó Company; e a performance “A Vaca”, de Vanessa Bordin.

A coordenadora do projeto, Vanja Poty, adianta que os próximos lançamentos acontecem nos dias 14 e 28 de janeiro, às 20h, com entrevistas de artistas como Andira Angeli, Francis Madson e Rafael César. A primeira temporada conta com três episódios, cada um com quarenta minutos de duração, no site nupramta.art e no canal do grupo no Youtube (@nupramta1874).

“Na estreia, as conversas são com a cantora Elisa Maia e com a atriz Karol Medeiros, artistas manauaras que dialogam com Victor Kaleb acerca de suas vivências como mulheres cis na sociedade, perpassando por suas relações com a vida, com a arte, com a sexualidade e com as perspectivas de futuro, bem como por dificuldades como machismos, racismos e o assédio cotidiano”, comenta a coordenadora.

Vanja Poty explica que o encontro do Nupramta com diferentes artistas em “Manda Brasa” visa o fomento de redes integradas de criação que unem artistas, pesquisadores, histórias e movimentos necessários à sobrevivência das subjetividades nortistas.

“Na perspectiva de aprendizado mútuo, a realização do projeto é uma oportunidade de trocas simbólicas no cenário que vislumbramos na retomada das atividades do setor cultural pós pandemia”, afirma. “Uma segunda temporada está prevista para o mês de março”.

Episódio de estreia
A cantora amazonense Elisa Maia é incansável no movimento na música. Desde 2011 no Coletivo Difusão, ela gerencia os festivais “Até o Tucupi” e “Festival Somas”, que têm foco na juventude negra, mulheres e periferia.

Entre 2020 e 2023 a artista lançou os singles inéditos, acompanhados de videoclipes “Luas Pra Tantas Faces”, “Sol de Setembro”, “Todo Poder Curativo” e “Sol De Setembro – Buguinha Dub Remix” e “Beleza”, estreando como produtora musical de suas músicas e encerra um ciclo antes de seu álbum novo, com a sessão ao vivo “Dança Sozinha Sessions”.

Elisa Maia também assina a direção artística do EP de estreia da dupla amazonense de rap Lary Go & Strela (2021) e do álbum Anos Luz (2023) da cantora Karen Francis. A cantora é uma das selecionadas do Edital Natura Musical 2021 e, atualmente, se prepara para o lançamento de álbum e documentário.

“Trocamos muitas ideias sobre o desejo que me move na música, nas artes, mas também de como com o passar do tempo, venho também me abrindo para outras possibilidades de satisfação e prazer que não só o trabalho”, afirma a cantora.

Elisa Maia destaca que a conversa gira em torno ainda sobre como ela tem tentado estar atenta ao desejo e prazer no cotidiano, no que não está na mão do outro, mas também sobre o movimento necessário na direção do vínculo, dos relacionamentos, e de como tudo é sobre bancar o desejo e também a falta dele.

“Porque no final do dia, nós, artistas, transformamos nossa expressão em demanda e essa demanda gera em alguma medida frustração, porque dependendo do outro também, do público, do sistema, da estrutura que vivemos. Então o que sobra quando depositamos toda nossa ideia de prazer e satisfação no trabalho?”, pontua a artista.

Karol Medeiros é atriz graduada em Teatro pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), produtora cultural e diretora. Ela ganhou menção honrosa no 54° Festival de Brasília, pela atuação no filme “Terra Nova” e foi premiada pela atuação no 9° Festival de Teatro da Amazônia, com a peça “Aykunã e a Árvore da Sabedoria”.

A artista atua com pesquisas acadêmicas que abordam a violência sobre corpos femininos, com foco no seu meio de trabalho artístico e em casos de feminicídio no estado do Amazonas. Recentemente, ela dirigiu a peça “Eu Conto”, uma produção realizada pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

“Foi uma conversa tão gostosa de trocar, porque a gente se dá conta do valor de poder falar sobre o que não está visível no dia a dia, não está presente nessa capa que a gente carrega, principalmente quando estamos falando de desejos. É um misto de sensações se descobrir e redescobrir e se ver aberto a continuar se provocando”, comenta Karol Medeiros.

“Desfrutar da reflexão que o tema propõe é essencial para instigar a continuar pensando sobre as coisas que nos prendem ou não prendem mais, é importante para desenvolver nossa segurança, convicções perante as violências que sofremos, perante certas tendências sociais que a gente pega para si, quando não é imposto, mas que no fundo não faz parte da nossa essência”, completa a diretora.

*Fonte: A Crítica

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