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X-Men ’97: Uma jornada nostálgica rumo a uma aventura promissora

X-Men ‘97 é retorno aos dias de glória dos mutantes da Marvel nas telas: Nostalgia é apenas motor para aventura relevante e promissora (Primeiras impressões)

“X-Men é, sempre foi e sempre será uma alegoria sobre preconceitos”. Dita por Jake Castorena, diretor supervisor e produtor de X-Men ’97 em entrevista ao AdoroCinema, essa pode ser uma das frases que melhor resume o legado, o presente e o futuro destes amados personagens da Marvel – e também é aquilo que está vinculado aos três primeiros episódios da nova animação da Casa das Ideias.

Lançada em outubro de 1992, a produção original foi responsável por eternizar uma versão dos heróis muito próxima dos quadrinhos, bem como abriu portas para outros projetos no estilo, como Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, O Incrível Hulk e Homem de Ferro. Uma das maiores atrações do gênero, a série conta com 5 temporadas e 76 episódios, e está prestes a ganhar uma continuação no Disney+.

Qual é a história de X-Men ‘97?

X-Men ’97 é uma sequência direta da animação lançada nos anos 1990. No entanto, com a produção dos dias atuais, terá a natural reformulação completa no visual e nas aventuras apresentadas. Com dez episódios, a trama deve mesclar histórias originais e arcos conhecidos dos quadrinhos.

A trama acompanha os acontecimentos posteriores ao capítulo final da saga anterior, no qual um moribundo Charles Xavier se diz orgulhoso dos X-Men antes de ser levado por Lilandra Neramani. Desta vez, na ausência do Professor X, quem comandará a equipe é ninguém menos do que Magneto.

AdoroCinema teve acesso antecipado aos três primeiros capítulos da nova série do Disney+ e, de forma objetiva, pode-se dizer que a animação deve corresponder às expectativas tanto dos fãs mais dedicados, que cresceram assistindo a série na TV Colosso e na TV Globinho, quanto da audiência que conheceu os mutantes através de outras mídias.

A trama se passa num período posterior à morte do Professor Xavier e apresenta o grupo liderado pelo Ciclope. Aqui, todos ainda lutam para viver em um mundo que ainda não os respeita, ainda que diversos passos tenham sido dados na aceitação das pessoas com o gene X. Quanto ao constante subtexto dos quadrinhos, há diversas referências à maneira como os heróis se sentem ao proteger uma sociedade que quer vê-los mortos.

“É impressão minha ou receberam upgrades?”

Como uma continuação digna da trama original, o humor e o drama são os dois principais fios condutores deste início de temporada. Há diversas brincadeiras no roteiro que fazem alusão ao fato de que trata-se de uma série feita quase 30 anos após a exibição de “Dia da Formatura”, capítulo final de X-Men: The Animated Series.

Apesar de termos visto apenas a dublagem original do programa, espera-se que a comédia da antiga versão PT BR seja contemplada nessas novas aventuras, como na vez em que Scott celebrou um “café gostoso” ou Wolverine anunciou a chegada de Magneto dizendo “eu não sei de que canto você rastejou pro meu samba”.

Em termos de animação, as novidades são interessantes, já que o 3D de What If…? é deixado de lado, mas não completamente abandonado. A fim de trazer certa semelhança ao projeto dos anos 1990, o estúdio privilegiou uma mistura do 2D com o 3D, utilizando a tecnologia vista na série antológica do Disney+ para enriquecer a textura e a profundidade dos personagens. No entanto, ela é exatamente o que se espera de uma continuação do projeto iniciado nos anos 1990: uma versão atualizada, estética e narrativamente, do que foi visto no passado.

A mim, meus X-Men

Com os dois primeiros episódios disponíveis nesta quarta-feira (20), X-Men ’97 chega de maneira assertiva. O capítulo inicial funciona como um veículo de estabelecimentos: entendemos em que ponto os personagens estão, são apresentados os dilemas de Scott entre a liderança dos mutantes e a paternidade, vemos a maneira como Morfo finalmente encontrou uma personalidade entre tantas e ainda descobrimos a forma como algumas questões antigas seguem assombrando cada herói de maneira particular.

Com um ritmo condizente à história apresentada nestes primeiros 30 minutos, X-Men ’97 é também um projeto que sabe muito bem explorar o seu formato com cadência e ganchos eletrizantes. Há dramas, é claro, mas o humor guiado por Vampira, Wolverine, Gambit, Morfo e Jubileu é tão reconfortante quanto voltar para casa depois de uma longa viagem.

Se há receios quanto aos momentos de ação, é outro ponto para se tranquilizar: as batalhas deste primeiro episódio contam com momentos especiais já apresentados nos trailers, com o retorno dos Sentinelas e o início de uma conspiração.

Aos que se preocupam sobre não ter visto a série original, Mancha Solar será seus olhos. Introduzido logo nos primeiros segundos da temporada, ele corresponde à experiência de muitos ao descobrir como o Instituto Xavier funciona e na maneira como, nestes minutos impulsionados pelo icônico tema musical da franquia, esses personagens sempre foram e sempre serão cativantes.

Embora tenha ótimos pontos em “A mim, meus X-Men”, é no segundo capítulo que os fãs devem encontrar o maior volume de inserções emocionais deste bloco inicial. Com foco em Magneto e no legado do Professor Xavier, há acenos mais diretos aos quadrinhos e cenas comoventes que farão até os mais durões se emocionarem (preste atenção no diálogo entre Jean Grey e Ororo).

Sem spoilers, esta segunda parte intitulada “O Início da Liberação Mutante” é aquilo que muitos vão exclamar nas redes sociais com um vibrante ‘Isso é MUITO X-Men!’. Reunindo elementos das principais batalhas dos mutantes, com trechos ousados que verbalizam frases que poderiam ser ditas por qualquer grupo intolerante da realidade, há embates físicos, figurativos e políticos que enriquecem o nível da narrativa.

O lembrete do peso em ser diferente fica estampado na tela a partir de uma mescla entre a serenidade das histórias originais e momentos de leveza, dinamismo e humor. Com este início promissor – com direito a uma reformulação da abertura – X-Men’ 97 tem o potencial de ser uma das melhores séries produzidas pelo Marvel Studios.

Com comédia, romance, drama e bem-vindos elementos de terror, além de ótimas reviravoltas, a animação justifica sua própria existência através de discursos que sempre elevaram as histórias da editora, ligadas diretamente a lutas minoritárias. Sem perder a essência da equipe, estes primeiros capítulos mostram a liberdade dos produtores em tomar decisões arriscadas que tornam cada minuto eletrizante.

Fonte: AdoroCinema
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